Conheça a Dra. Luciana Coura

Especialista em Oncologia Clínica e Medicina Integrativa

CRM: 52520420 | RQE: 23828

Ingressei na Faculdade de Medicina em 1983 com apenas 17 anos. Ao mesmo tempo havia feito vestibular para Engenharia Química na PUC. Cursei durante 6 meses em ambas as faculdades pois fui aprovada nas duas e realmente não sabia qual carreira seguir. Sempre gostei muito de estudar. Aprender. E, portanto, como era boa aluna no ensino médio, gostava amplamente de tudo que era capaz de aprender e absorver. Digo agora para aqueles que são jovens e estão passando por esta fase….não se cobrem tanto, mas também não se cobrem tão pouco… A vida é feita de acertos e erros. E aprendemos talvez mais com os erros do que com acertos. O mais importante é perseverarmos na busca e seguindo nossos ideais.

 Bom, como sou de uma família de médicos, acabei ficando na Medicina. Não por uma vocação inicial como muitos têm, mas por um sentido de dar continuidade ao que já foi criado e construído. Mas isso, confesso a todos e me exponho aqui para que entendam que não é o sentido que deve nos guiar. Tranquei a faculdade de Engenharia por 4 anos, tempo máximo permitido. A dúvida permanecia. No ano seguinte, tamanha a insegurança de decidir um futuro com 17 anos, prestei vestibular para Letras. Como coloquei como primeira opção a UFRJ, e acabei passando, surgiu mais uma dúvida….Ao descobrir que se me inscrevesse em Letras na mesma faculdade que cursava Medicina eu acabaria podendo perder minha primeira matrícula, acabei nem fazendo a inscrição. Em resumo, o importante para todos os jovens que possam ler este relato é simplesmente isso: calma. O tempo e sua vocação vão aparecer e é importante que estejam abertos a isso. Bom, segui os 6 anos de Medicina sempre com muitas dúvidas, mas de qualquer forma, gostava muito de aprender e sempre consegui me relacionar muito bem e me doar para pessoas que necessitavam. Mas queria mais, sempre mais. Queria ser diferenciada, não que esta seja uma característica ruim, pelo contrário, é excelente, depende exclusivamente dos motivos que te levam a isso. Eu queria mais para me igualar ou superar meus pais médicos, aí sim, o motivo é equivocado e não dará certo. Pelo menos não desta forma.

1989
Formatura em Medicina
Concluí o curso de Medicina em 1989. Prestes a iniciar minha jornada médica, prestei concurso para residência em Reumatologia na UFRJ e em Clínica Médica na UERJ. Não fui aprovada na UFRJ, que oferecia apenas uma vaga, o que foi um baque enorme. Sempre me interessei profundamente por doenças autoimunes e me questionei intensamente: como eu não havia conseguido? Foi uma frustração marcante, mas que se revelou uma lição de humildade e amadurecimento. Com o tempo, percebi que tropeços fazem parte do percurso e que são, muitas vezes, decisivos para o crescimento pessoal e profissional.
1989
1989–1991
Residência em Clínica Médica
Mesmo com a decepção, iniciei a residência em Clínica Médica na UERJ. Levei comigo o desejo de aprofundar meu contato com pacientes autoimunes e escolhi ficar na enfermaria que mais recebia esse perfil. A experiência foi excelente. Eram pacientes com quadros clínicos complexos e, ao mesmo tempo, desafios emocionais marcantes. Essa combinação, embora eu não compreendesse completamente na época, já me atraía profundamente. Eu me interessava por mais do que a doença; me conectava com a pessoa, com sua dor e sua história.
1989–1991
1991
Início na Oncologia
Ao final da residência, ainda ressentida por não ter ingressado na Reumatologia do Fundão, decidi seguir um novo caminho — um que não existia na UFRJ: a Oncologia. Prestei concurso para o INCA e fui aprovada. Iniciei a residência em Oncologia Clínica em 1991 e, curiosamente, só ali, após sete anos na Medicina, senti com clareza que havia encontrado meu verdadeiro caminho. Era aquilo que eu queria fazer. Segui com mais três anos intensos de formação, onde me reconheci plenamente como médica. Às vezes, a vida nos leva por caminhos inesperados para nos levar exatamente onde devemos estar.
1991
1994
Entrada no INCA como Médica
Logo após a residência, surgiu um concurso para atuar na área de Cuidados Paliativos do INCA. Ainda que não fosse minha área de interesse principal, eu queria permanecer ligada à instituição e aceitei o desafio. Iniciei como staff em 1994 e, pouco depois, fui aprovada em um novo concurso para Oncologista Clínica. A partir de então, comecei uma longa trajetória no INCA, passando por diversos setores e hospitais da instituição, sempre com o compromisso de aprender, ensinar e cuidar com dedicação.
1994
1995–2009
Consolidação no INCA
Durante os 14 anos seguintes, vivi uma trajetória intensa no INCA. Atuei diretamente na assistência, orientei residentes, participei de pesquisas clínicas e contribuí para o desenvolvimento da oncologia dentro da instituição. Cheguei a ocupar o cargo de chefe da Oncologia Clínica do HC II por um período, mas entendi que o perfil de gestão não correspondia à minha essência. Meu lugar sempre foi ao lado do paciente, no exercício cotidiano do cuidado. Ganhei muita experiência não só como médica, mas como ser humano.
1995–2009
2006–2009
Maternidade e Transição Profissional
Em 2006, minha filha nasceu. A maternidade foi uma virada de chave profunda. Conciliar o consultório com as múltiplas atividades no INCA tornou-se cada vez mais difícil. Com o tempo, decidi me afastar da instituição. Foi uma escolha consciente e, apesar do amor pela profissão, não me arrependi. A realização profissional é essencial, mas nada se compara ao privilégio e à responsabilidade de formar um ser humano que você desejou com tanto amor. Nesse período, mantive meu trabalho no consultório, com uma dedicação mais compatível com minha nova fase de vida.
2006–2009
2000–2009 (paralelo ao INCA)
Experiências Internacionais e Acadêmicas
Durante minha atuação no INCA, tive a oportunidade de realizar um observership em Oncologia Clínica no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, um dos mais prestigiados centros oncológicos do mundo. Participei de diversos congressos, ampliei minha formação e fui aprovada no doutorado da Fiocruz – Escola Nacional de Saúde Pública. Nesse período, mergulhei nas múltiplas dimensões da oncologia: acompanhei histórias de pacientes, participei da formação de jovens médicos, integrei discussões clínicas e vivi de perto os desafios e conquistas dessa especialidade tão intensa.
2000–2009 (paralelo ao INCA)
Pós-2009
Retorno ao Hospital Público
Mesmo afastada do INCA, senti que ainda havia muito a contribuir no serviço público. Voltei a atuar em hospital público, um ambiente que sempre me tocou profundamente, apesar de todas as dificuldades conhecidas. Tenho grande respeito e amor pelo SUS, e acredito no seu potencial de transformação. Trabalhar nesses espaços sempre me deu a sensação de estar onde eu deveria estar: servindo, aprendendo e fazendo a diferença.
Pós-2009
2011
Formação em Medicina Integrativa
Com mais maturidade e consciência, percebi que minha forma de cuidar precisava ser expandida. Em 2011, iniciei a pós-graduação em Medicina Integrativa pelo Hospital Israelita Albert Einstein. Foi um divisor de águas. Essa formação me permitiu unir a ciência à escuta, o rigor técnico à sensibilidade. A visão integrativa completou meu olhar sobre o paciente — não mais apenas como alguém com uma doença, mas como uma pessoa inteira, com corpo, mente, emoções e contexto. Desde então, venho aprofundando essa abordagem, desenvolvendo um cuidado que valoriza a pessoa em sua totalidade.
2011

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