A terapia antiangiogênica consiste na aplicação de medicamentos que bloqueiam ou inibem a angiogênese, que, como descreve a Dra. Luciana Coura – médica oncologista e integrativa –, é o mecanismo através do qual o corpo humano multiplica vasos sanguíneos, com base em outros que já existem no organismo. Ela ocorre em diversas fases e situações da vida, podendo estar ou não envolvida em processos patológicos. Há angiogênese na formação embrionária, na formação de músculos, nos processos inflamatórios e no processo de formação, desenvolvimento e expansão de tumores malignos.
No caso das neoplasias, a angiogênese permite a nutrição dos tumores e, como salienta a Dra. Luciana, a agressividade do tumor tende a ser proporcional à intensidade de seu caráter angiogênico.
O tratamento antiangiogênico direcionado ao câncer, diante disso, age nas moléculas e proteínas envolvidas no processo. Atua, assim, no bloqueio do fornecimento de oxigênio e nutrientes para os tumores, o que dificulta seu desenvolvimento e também sua capacidade de invadir outras estruturas.
Essa terapia vem se mostrando uma opção de tratamento relevante por conta de sua segurança, responsividade e por mostrar resultados positivos no que diz respeito à qualidade de vida e à sobrevida de pacientes oncológicos. É importante destacar que nem todos os tipos de neoplasias são sensíveis ao tratamento anti-angiogênico. Ainda é necessário, no entanto, seguir o desenvolvimento desse tratamento, para ampliar a compreensão dos mecanismos de resistência do organismo em relação à terapia e também atuar na minimização de seus eventuais efeitos colaterais.