Risco e Prevenção do Câncer

Nos casos de doenças crônicas e não transmissíveis, como o câncer, o que se chama risco diz respeito à probabilidade de alguém desenvolver uma tal doença. A Dra. Luciana Coura – médica oncologista e integrativa – nota, também, que o risco de câncer é um dado estatístico, o qual, portanto, não condiz exatamente com uma experiência de vida particular. 

Fator de risco – no contexto da Oncologia – é outro termo estatístico, que designa cada uma das situações que aumentam a probabilidade do desenvolvimento do câncer. Diversos fatores de risco podem estar relacionados, cumulativamente, para culminar na doença. Podemos agrupar esses fatores em genéticos, comportamentais e ambientais

O histórico familiar de câncer é um fator de risco genético, uma vez que podemos herdar predisposições para o desenvolvimento de neoplasias. Dentre os fatores de risco comportamentais, destacam-se o tabagismo, o alcoolismo, dietas ricas em alimentos ultraprocessados e o sedentarismo. Os fatores de risco ambientais envolvem a exposição a metais pesados, agrotóxicos, solventes, formaldeído e poeiras, substâncias cancerígenas que, em ambientes de alta poluição atmosférica, podem ser encontradas em quantidades insalubres. É também fator ambiental a radiação, tanto a ultravioleta, emitida pelo sol, quanto a ionizante. Determinadas doenças também aumentam o risco de câncer. Por exemplo, infecções como HPV, Helicobacter pylori, e hepatite B e C. 

Tendo em vista esses fatores, a prevenção do câncer é o conjunto de ações que visam a reduzir ou a eliminar fatores de risco, bem como a tratar doenças antes que possam se tornar malignas. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer, estima-se que grande parte, cerca de um terço, pode ser prevenida com mudanças no estilo de vida, que envolvem evitar o consumo de substâncias cancerígenas, alimentar-se de maneira equilibrada e praticar atividade física. Além disso, a vacina do HPV e da hepatite, o cuidado com a exposição ao sol e à radiação, bem como a outros ambientes insalubres, são ações fundamentais na prevenção do câncer.

Assim como a prevenção, o tratamento do câncer apoia-se no rastreamento de doenças ou lesões pré-cancerígenas, bem como no diagnóstico precoce de cânceres, muitas vezes assintomáticos. Assim, é possível evitar que o tumor se desenvolva, ou então detectá-lo em um estágio bastante inicial, quando o tratamento tem melhores perspectivas. 

Concluímos, portanto, que a carga global do câncer pode ser reduzida através de um conjunto de estratégias que envolvem prevenção, diagnóstico precoce e acesso a tratamento. Note-se, por exemplo, que a maior parte das mortes por câncer ocorrem em países de baixa renda (OMS, 2020), o que se deve à falta de acesso a ações de prevenção e tratamento. Sendo assim, para prevenir o câncer efetiva e globalmente, é necessária uma reflexão profunda sobre o modo de vida que a sociedade contemporânea reproduz.

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