Segundo pesquisas recentes (INCA, 2022), a maior parte dos casos de câncer – cerca de 80% – está relacionada a fatores externos, ou seja, o ambiente em que vivemos, nossos hábitos e comportamentos.
Quando falamos de ambiente, estamos nos referindo, não apenas, aos espaços em que circulamos, nossa casa e nosso local de trabalho, mas também ao nosso consumo (de água, alimentos, medicamentos, drogas), nossos modos de convivência e de fazer cultural. Todos esses fatores podem vir a alterar a estrutura genética das células.
A Dra. Luciana Coura – especialista em Oncologia e em Medicina Integrativa – salienta que há comprovação científica de que a exposição a determinadas substâncias contribui para o aumento de casos de câncer. A poluição atmosférica – cujas principais fontes, no contexto brasileiro, são indústrias, carros e queimadas – é o exemplo mais destacado de onde se encontram tais substâncias. E pessoas que trabalham em locais com grande concentração de poluição atmosférica estão mais sujeitas a desenvolver a doença.
Como explica a Dra. Luciana, nestes ambientes, o câncer pode decorrer tanto do contato com substâncias cancerígenas – como os HPAs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) e materiais particulados (carbono, enxofre, nitrogênio, entre outros) – quanto pela inflamação crônica dos pulmões, gerada pela constante exposição à poluição. Um exemplo bastante conhecido de desenvolvimento do câncer diretamente relacionado ao ambiente, é o mesotelioma – câncer da membrana que reveste o tórax e o abdome –, cuja principal causa é a exposição ao asbesto, em atividades como a mineração.