Câncer de Vias Biliares

Os ductos biliares são os canais responsáveis por transportar a bile do fígado ao intestino delgado. Assim, quando falamos em câncer de vias biliares, estamos nos referindo a um conjunto de tipos de neoplasia, que podem acometer qualquer parte do sistema desses ductos. A Dra. Luciana Coura – médica especialista em Oncologia e em Medicina Integrativa – explica que a classificação do câncer de vias biliares corresponde, portanto, à localização do tumor em tal sistema, podendo ser: colangiocarcinoma extra-hepático (o tipo mais comum desse câncer); colangiocarcinoma hilar (o segundo mais comum); e colangiocarcinoma intra-hepático (o mais incomum).

A Dra. Luciana nota que não há uma causa única para o desenvolvimento dessas neoplasias, cuja probabilidade de ocorrência aumenta conforme o avanço da idade. Por outro lado, chama a atenção a diversos fatores que podem levar a elas, tais como: inflamação crônica causada por cálculos biliares; cirrose hepática; hepatite B ou C. Além disso, alerta para os fatores de risco comportamentais, como a obesidade, o consumo abusivo de álcool e o tabagismo.

A Dra. Luciana observa que, apesar de relativamente raro (correspondente a 3% dos tumores que se desenvolvem no trato gastrointestinal), o câncer de vias biliares apresenta uma alta taxa de letalidade. Isso ocorre devido ao fato de que, além de serem inespecíficos e poderem assim induzir à confusão no rastreio de suas causas, os primeiros sintomas costumam surgir quando a doença já evoluiu a estágios avançados, o que geralmente resulta em diagnósticos tardios. Entre os sinais mais comuns da neoplasia, estão: dor abdominal; náuseas e vômitos; icterícia; e nódulos no lado direito do abdome, que podem ser até mesmo palpáveis. Mais raramente, também se observam: desconforto estomacal; perda do apetite; fezes claras e urina escura; prurido; e febre. O diagnóstico, que raramente, portanto, ocorre em fases iniciais da neoplasia, é realizado através de biópsia.

O tratamento dependerá do estadiamento, que leva em conta o tipo e a localização do tumor, além de sua possível disseminação próxima ou metastática. A Dra. Luciana informa que o mais comum é a combinação de cirurgia e terapêuticas como quimioterapia e radioterapia, terapia-alvo e imunoterapia. A cirurgia será conforme cada caso, por exemplo, se trata-se de tumor intra-hepático ressecável ou extra-hepático, sendo que, no primeiro caso, será possivelmente recomendada a retirada parcial do fígado e, no segundo, a remoção de parte do pâncreas, das vias biliares e dos gânglios. A Dra. Luciana salienta, ainda, a importância do acompanhamento por outros profissionais, como nutricionistas e psicólogos, visando ao cuidado integral do paciente.

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