O câncer de pâncreas é uma neoplasia que em 90% dos casos diagnosticados, é do tipo adenocarcinoma, ou seja, um tumor originado no tecido glandular, sendo muito mais raro o câncer pancreático causado por carcinoma de células acinares. A Dra. Luciana Coura – especialista em Oncologia e Medicina Integrativa – alerta para a alta taxa de mortalidade resultante deste câncer, por ser difícil detectá-lo e caracterizar-se por um comportamento agressivo.
No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2023), o câncer de pâncreas é o 14º tipo mais frequente, quando excetuados os tumores de pele não melanoma. Além disso, de todos os tipos de câncer diagnosticados, ele é responsável por 1% e, do total de mortes pela doença, 5% são resultantes do câncer de pâncreas.
A Dra. Luciana observa que, entre os fatores de risco de câncer pancreático, está o avanço da idade, uma vez que as adenocarcinomas do pâncreas atingem seu pico aos 55 anos e são raras antes dos 30. Também aumentam o risco de câncer de pâncreas fatores genéticos e hereditários, tais como: síndrome de Lynch; câncer pancreático familiar; e pancreatite hereditária. E a Dra. Luciana salienta a importância de se prestar atenção aos fatores de risco comportamentais, entre os quais destacam-se: obesidade; diabetes tipo 2; tabagismo; consumo excessivo de álcool; baixo consumo de fibras, frutas, vegetais e carnes magras.
Como foi dito, a detecção do câncer de pâncreas é difícil. Como explica a Dra. Luciana, isto ocorre porque seus sintomas – como dor no abdômen, perda de peso – são inespecíficos, o que resulta, frequentemente, em diagnóstico tardio, quando a doença já se disseminou e, em alguns casos, já evoluiu em metástase para fígado ou pulmão. Para o diagnóstico, o paciente passará, ainda no consultório, por exame físico – especialmente atento à região abdominal –, além de avaliação dos sintomas, dos possíveis fatores de risco e do histórico familiar e pessoal. Caso necessário, poderão então lhe ser solicitados exames de imagem, de sangue e, eventualmente, uma biópsia.
A Dra. Luciana informa que o tratamento deverá ser escolhido conforme cada caso, considerando-se a idade do paciente, sua avaliação clínica, os resultados dos exames, além do tipo e do estágio do tumor. Geralmente associada a sessões de quimioterapia ou radioterapia, a cirurgia é indicada quando o câncer ainda não se disseminou para outros órgãos. Caso contrário, realiza-se apenas a quimioterapia.