Oncologia Integrativa

A medicina integrativa é definida como a prática da medicina que reafirma a importância da relação entre o paciente e o profissional de saúde, sendo focada na pessoa em seu todo, informada por evidências e fazendo uso de todas as abordagens terapêuticas adequadas, profissionais de saúde e disciplinas para obter o melhor da saúde e cura.

É uma proposta de tratamento que estimula a parceria do médico com o paciente para a manutenção de sua saúde. O paciente passa a ser o ator principal no processo, deixando de receber passivamente tratamento para uma determinada patologia, e passando a participar ativamente de seu processo de saúde.

É representada por um conjunto de terapias que são propostas simultaneamente à medicina convencional e não em substituição à mesma.

Falando-se um pouco da história da Oncologia Integrativa, a primeira instituição destinada a práticas integrativas foi fundada em 1994 pelo Dr. Andrew Weil, formado em Medicina e Botânica por Harvard: CENTRO DE MEDICINA INTEGRATIVA DA UNIVERSIDADE DO ARIZONA.

Em 2003 foi criada a Society of Integrative Oncology (SIO), que fortaleceu trabalhos e apresentações de diretrizes para o uso da oncologia integrativa.

Hoje em dia já temos diversos guidelines da SIO corroborados pela ASCO para o acompanhamento de diversas situações ocasionadas pelo câncer ou pelo tratamento quimioterápico, utilizando técnicas integrativas.

No Brasil, em maio de 2006, o Ministério da Saúde criou a política nacional de práticas integrativas (PNPIC), através da portaria GM/MS n 971 de 03 de maio de 2006, normatizando a oferta de tratamentos complementares, como acupuntura, homeopatia, técnicas mente-corpo pelo SUS. Muitas críticas foram feitas a esta normatização, algumas por real desconhecimento da comunidade médica e outras, realmente por não apresentarem evidências científicas robustas, o que de fato foi um erro, mas que, a meu ver, não invalida a iniciativa, já que algum movimento precisava ser feito neste sentido.

Em 2009, foi realizado o “Relatório Summit”, uma cúpula sobre medicina integrativa realizada pelo Bravewell Collaborative e o Institute of Medicine (IOM) norte-americanos.

Na ocasião mais de 600 profissionais de saúde, gestores e cientistas se reuniram para revisar evidências científicas disponíveis em medicina integrativa e deste encontro, se fez o relatório no qual nos baseamos para o fornecimento de bases conceituais da medicina integrativa.

Sabemos que a jornada do paciente oncológico não é nem um pouco simples e que o medo e o desconhecimento da doença e dos tratamentos os fazem procurar milhares de informações com familiares, amigos, internet, o que, com certeza, leva aqueles menos esclarecidos, ou por dificuldades pessoais ou até mesmo por falta de orientação médica, muitas vezes a não revelarem seus temores, dúvidas e incertezas ao seu médico assistente acabando por colocá-los muitas vezes, até mesmo, em situação de risco pelo uso de chás, vitaminas e outras atitudes que não são compartilhadas com o médico.

Algumas das perguntas frequentes que todos nós oncologistas costumamos ouvir de pacientes neste contexto, seriam, por exemplo: “O que posso fazer além do tratamento indicado??? “Ouvi falar sobre este ou outro tratamento auxiliar, e suplementos, posso usar???”

Considerando-se todos estes fatos, faz-se necessário a criação dentro de centros oncológicos, de serviços de oncologia integrativa, visando ao melhor esclarecimento e suporte aos pacientes oncológicos, fornecendo-lhes um tratamento realmente integral para melhora de sua saúde global e evitando que os mesmos busquem serviços não qualificados externamente o que pode interferir de forma bastante prejudicial em seu tratamento convencional.

Objetivo principal

  1. Fornecimento de um serviço de Oncologia Integrativa que poderá cuidar do paciente como um todo, orientando quanto indicações e contra-indicações do uso de suplementos, complexos vitamínicos, chás e todo o tipo de tratamento que possa agregar ou até mesmo interferir negativamente no tratamento convencional do câncer. Acrescentar ao tratamento convencional técnicas totalmente comprovadas de melhora dos sintomas do paciente oncológico, tanto sintomas relacionados à doença como os ocasionados por efeitos colaterais do tratamento, como acupuntura, yoga, Qi-Kong, toque terapêutico, meditação guiada, entre outros.

Conclusões:

Sabemos hoje que os grandes centros de oncologia tanto nacionais como internacionais possuem um serviço de oncologia integrativa e, não é à toa o fato desta prática estar cada vez mais se ampliando. A oncologia integrativa visa apenas fazer o melhor para prevenir e tratar o câncer, encarando o ser humano como um todo: corpo, mente e espírito.

Um dos fatores que pode propiciar o crescimento tumoral é diretamente facilitado por sinais inflamatórios no microambiente, inibindo a ação de células apresentadoras de antígenos, alterando funções dos linfócitos T CD8 e reduzindo o desenvolvimento de linfócitos T de memória, o que acontece por exemplo na obesidade, daí a relação hoje já bem descrita entre obesidade e câncer.

Sabemos hoje que a inflamação crônica é associada a um maior risco de desenvolvimento de câncer. O microambiente tumoral é composto por múltiplos tipos celulares, fibroblastos, mastócitos, células do sistema imune inato e adaptativo que favorecem um ambiente pró-inflamatório e pró-tumorigênico.

Outra causa bem conhecida de disfunção do sistema imune é a ativação anômala do eixo hipotálamo-hipófise- adrenal( HHA) o que ocorre em situações de stress crônico ao qual os pacientes oncológicos são naturalmente expostos, desenvolvendo-se um aumento de citocinas pró-inflamatórias a partir dos linfócitos estimulados.

O stress crônico desencadeia também alterações no eixo HHA e sistema imune, agindo como gatilho para ansiedade e depressão.

Considerando-se todos estes fatos, a medicina integrativa age como uma abordagem terapêutica para redução desta resposta inflamatória crônica, utilizando-se da medicina mente-corpo (Meditação, Yoga, Tai-Chi, Qi-Gong, grupos de suporte e espiritualidade); recomendação de atividade física; recomendação de dietas anti-inflamatórias e acupuntura.

Temos, portanto, bastante embasamento científico para ofertarmos este tipo de tratamento aos nossos pacientes e, mais ainda, com baixos custos, o que sabemos hoje ser um grande problema na oncologia.

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